sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quando a mudança acontecer, seus filhos e netos vão nos agradecer!

Resolvi me manifestar... Não porque estou apoiando os jovens nos manifestos, mas porque me considero uma pessoa bem politizada... Sempre votei com consciência, sempre escolhi a dedo meus candidatos, sempre fui petista porque considerava que os esquerdistas entendiam melhor as necessidades do povo. 
Sabemos da história, sabemos que os principais líderes dos movimentos que aconteceram no passado eram de partidos de esquerda. Querem que os cite aqui? PC do B, PSTU, PT, dentre outros. O próprio PSol surgiu de a partir de antigos partidários que encheram o saco das coisas que viam em seu partido, foi uma reação, por assim dizer. 
Nas últimas eleições presidenciais, votei na Heloísa Helena no primeiro turno. Votei mesmo. Porque ela é uma defensora do meio ambiente em primeiro lugar. E por outras razões que não preciso discorrer aqui. No segundo turno, votei na Dilma. Bom, o PT não foi de todo ruim... Fiz minha faculdade como bolsista e todos os meus estágios dentro do partido. Mas daí foi aí que a minha decepção começou... 
Para governador, votei no Tarso, dei um tiro no meu pé. O cara prometeu mudanças na educação, mas tudo o que fez foi rir na cara dos educadores. Ouvi e vi toda a bancada do PT se retirar da assembleia legislativa quando foram votar pelo pagamento do piso. Neste mesmo dia Paulo Odone e outros direitistas do governo falaram em favor do professorado, nunca pensei que viveria para ver isso!
O fato é que vivemos um governo populista, outrora protagonizado por Getúlio Vargas e hoje protagonizado por aqueles em quem acreditamos. Um governo que acolhe os ricos e joga migalhas aos mais pobres. Migalhas estas sustentadas por nós, classe média. Somos nós quem mantemos tudo com os impostos que pagamos. Sim, porque empresas de grande porte (e igrejas, diga-se de passagem) tem isenção de impostos neste país de merda porque geram empregos(?) - vale observar que são subempregos em sua maioria, porque grandes cargos já estão marcados e escolhidos a dedo. Mas, como promessas são o ópio do povo, vamos lá!
E aí eu vejo várias manifestações contrárias ao que tem acontecido... Pessoas comentando que o povo desconhece os 3 poderes, não sabe a quem recorrer... Peloamordedeus, gente, o que é isso? Se fosse assim tão fácil, teríamos mesmo de ir às ruas? Hoje fomos em frente ao palácio do governo em Porto Alegre e o nosso governador recusou-se a receber as lideranças sindicais que representam os professores. Será que adiantaria, simplesmente irmos aos locais  e tentarmos conversar? Agora tudo se tornou ilegítimo! 
A luta se tornou apartidária a partir do momento em que os líderes que antes empunhavam as bandeiras contra a corrupção se tornaram os corruptos. Simples assim. Eu não votaria mais no PT. Mas, tenho analisado candidatos e tenho votado em propostas e não mais em partido. Se algum candidato de direita tiver proposta coerente, eu voto. De boa. Porque o que está em jogo não é mais este ou aquele partido, mas a coerência entre discurso e práxis. 
Depois fizeram uma baita confusão entre os significados das palavras "apolítico" e "apartidário". Penso que todo mundo que está na rua sabe a diferença. O movimento não é apolítico, porque obviamente tem uma intenção política, não está na neutralidade. Mas pode ser apartidário, sim. Pelo motivo que expus acima e por tantos outros. 
O foco da luta é o fim da corrupção. O povo acordou porque está cansado. Hoje vejo tanta gente do PT questionando a legitimidade do movimento, mas, pergunto, se fossem partidos de direita no poder fazendo a mesma coisa, vocês não estariam nas ruas? Estariam! 
Aí estão falando que somos peças nos jogos midiáticos... O próprio governo não está vendido aos maiores veículos midiáticos do país (lê-se Rede Globo e RBS)? Quem assistiu o documentário Além de Cidadão Kane sabe que só é eleito neste país quem a mídia escolhe. Eles manipulam debates, manipulam estatísticas, manipulam nossas mentes pobres de informação. Mentes empobrecidas, aliás, pela própria programação. https://www.youtube.com/watch?v=049U7TjOjSA Este é o link do documentário, para quem não assistiu, assista, vão entender muitas coisas... Daí, nós, simples peças nos jogos midiáticos, devemos desacreditar quando a mídia fala de mensalão, mas, em compensação, devemos crer quando a mesma mídia fala de vandalismos e pinta uma imagem de criminalidade aos protestos, apoiando uma polícia que bate e não dialoga. Isto, sim, seria comparável aos tempos de ditadura militar, não seria? Penso que somos peças nos jogos de poder partidários, isso, sim. E estamos, finalmente, acordando. Vou falar que a cura gay, o investimento de bilhões na copa do mundo, a corrupção, a tentativa de retirar certos poderes do MP são motivos mais do que óbvios para que a massa combata. Sinto muito se a bola da vez é o PT. Eu saí da minha casa, sim. Não sou mais petista, a partir do momento em que percebi que o mesmo cara que assinou a lei do piso, o renega aos seus trabalhadores, a partir do momento em que percebi que há fragmentação de discurso dentro do próprio partido, onde linhas políticas antagônicas se espremem e se confrontam. Decepcionei-me, como muitos brasileiros. E como não estou satisfeita, fui às ruas, junto com a juventude. Estou ensinando política aos meus filhos deste modo porque eles estão lá comigo e sabem porque eu luto. Sou professora, militante das causas justas e politizada, sim. Por isso, exatamente por isso, que apoio o movimento! Porque o meu discurso não muda de acordo com o partido que está lá em cima. Ele segue sendo coerente com as coisas em que acredito. E, sinceramente, se continuarmos andando deste jeito, logo, logo, voltaremos ao tempo da perseguição às bruxas. Sou uma delas!