Queria escrever algumas linhas sobre o final do ano... Passamos, enfim, por mais um prenúncio de fim de mundo... ilesos... Mas será que estamos mesmo ilesos? O mundo não acabou - ainda - mas gostaria de dimensionar o quanto estamos ilesos, o quanto estamos a salvo de nós mesmos.
Vivendo em um planeta em que as pessoas estão cada vez mais egocêntricas, etnocêntricas e arrogantes, pessoas desumanizadas que não conseguem ver além de seus gramados e de seus umbigos... Enquanto a escola se esquiva de fazer seu papel humanizatório, vamos nos perdendo em meio a tanta atrocidade e mediocridade. Estamos vivos? Estamos protagonizando nossas vidas, nossas histórias? O que temos feito para que não passemos por aqui em vão?
Difícil falar sobre estas questões, mas, enquanto a programação da tv nos aliena, enquanto ficam na internet bisbilhotando as vidas alheias e se importando com o que é visto, o que acontece lá fora é a vida... sim, a vida... Independente de você participar dela ou não, ela está lá. Vibrando, colorindo, extravasando, sorrindo... com ou sem você!
E, um dia, como neste último domingo, você se dá conta de que a vida é tão efêmera e frágil... escorre por entre os dedos da gente, feito a areia de uma ampulheta. Você percebe o quanto é importante dizer o que sente, ser sincero - consigo mesmo - e cultivar os amores... Porque pode ser a última vez que você vê aquela pessoa... Pode ser a sua última chance de dizer que a ama, ou que ela o magoou.
A Morte espreita a todos nós... Com este incidente em Santa Maria, em que morreram mais de 200 jovens, fiquei me perguntando, para quem eu mandaria a primeira mensagem, na eminência de minha morte? De quem eu gostaria de me despedir, de tranquilizar com a minha ida? Fiquei pensando, em meio a minha confusão e tristeza, que talvez - talvez - eu tenha tentado ir embora tantas vezes pelos meus próprios meios por causa da despedida. Para que eu pudesse me despedir de quem amo, dizer adeus, dizer que estaria melhor lá do que aqui... Não queria ser surpreendida por ela. Não queria que ela me levasse em um momento feliz, como fora profetizado outrora... Queria ir com a certeza de que deixei quem eu amo com as palavras certas...
Mas não controlamos isso. Não podemos conversar com a Morte e dizer: "Volte depois, ok? Tenho muito por fazer ainda!" Quantos aquele dia nem puderam despedir-se, talvez porque pensaram que sobreviveriam, talvez pelo simples fato cotidiano de não terem crédito em seus celulares... E, nesses momentos, em que nos sentimos tão pequenos frente ao acaso, é que aprendemos a dar mais valor às pequenas coisas, aos detalhes... Comecei a sorrir à toa lembrando do abraço tão natural do meu filho, vendo minha filha dormir, o amor de meus gatos por mim. Viver não é fácil... concordo... o mundo anda muito complicado, como cantou Renato (Russo) uma vez... Mas morrer também pode não ser um alívio... Principalmente quando deixamos alguém que sentirá por nós... Que saibamos valorizar cada momento, cada minuto junto de quem amamos, que saibamos valorizar a vida, pura e simplesmente, com seus altos e baixos e desafios constantes... Abrace, sorria, beije, quebre regras e seja feliz hoje, agora, porque o presente é a única coisa concreta que temos!
Quero deixar registrado o meu respeito e sentimentos relacionados ao ocorrido... muita coisa já fora escrita a este respeito e esta é apenas mais uma... Mas o último domingo fora o mais estranho de todos... sem nenhuma paz...
Difícil falar sobre estas questões, mas, enquanto a programação da tv nos aliena, enquanto ficam na internet bisbilhotando as vidas alheias e se importando com o que é visto, o que acontece lá fora é a vida... sim, a vida... Independente de você participar dela ou não, ela está lá. Vibrando, colorindo, extravasando, sorrindo... com ou sem você!
E, um dia, como neste último domingo, você se dá conta de que a vida é tão efêmera e frágil... escorre por entre os dedos da gente, feito a areia de uma ampulheta. Você percebe o quanto é importante dizer o que sente, ser sincero - consigo mesmo - e cultivar os amores... Porque pode ser a última vez que você vê aquela pessoa... Pode ser a sua última chance de dizer que a ama, ou que ela o magoou.
A Morte espreita a todos nós... Com este incidente em Santa Maria, em que morreram mais de 200 jovens, fiquei me perguntando, para quem eu mandaria a primeira mensagem, na eminência de minha morte? De quem eu gostaria de me despedir, de tranquilizar com a minha ida? Fiquei pensando, em meio a minha confusão e tristeza, que talvez - talvez - eu tenha tentado ir embora tantas vezes pelos meus próprios meios por causa da despedida. Para que eu pudesse me despedir de quem amo, dizer adeus, dizer que estaria melhor lá do que aqui... Não queria ser surpreendida por ela. Não queria que ela me levasse em um momento feliz, como fora profetizado outrora... Queria ir com a certeza de que deixei quem eu amo com as palavras certas...
Mas não controlamos isso. Não podemos conversar com a Morte e dizer: "Volte depois, ok? Tenho muito por fazer ainda!" Quantos aquele dia nem puderam despedir-se, talvez porque pensaram que sobreviveriam, talvez pelo simples fato cotidiano de não terem crédito em seus celulares... E, nesses momentos, em que nos sentimos tão pequenos frente ao acaso, é que aprendemos a dar mais valor às pequenas coisas, aos detalhes... Comecei a sorrir à toa lembrando do abraço tão natural do meu filho, vendo minha filha dormir, o amor de meus gatos por mim. Viver não é fácil... concordo... o mundo anda muito complicado, como cantou Renato (Russo) uma vez... Mas morrer também pode não ser um alívio... Principalmente quando deixamos alguém que sentirá por nós... Que saibamos valorizar cada momento, cada minuto junto de quem amamos, que saibamos valorizar a vida, pura e simplesmente, com seus altos e baixos e desafios constantes... Abrace, sorria, beije, quebre regras e seja feliz hoje, agora, porque o presente é a única coisa concreta que temos!
Quero deixar registrado o meu respeito e sentimentos relacionados ao ocorrido... muita coisa já fora escrita a este respeito e esta é apenas mais uma... Mas o último domingo fora o mais estranho de todos... sem nenhuma paz...