"Na mitologia grega, Chronos era filho Urano (o céu) e da Gaia (a terra). Incitado pela mãe e ajudado pelos irmãos, os Titãs, castrou o pai, tornando-se o primeiro rei dos deuses. Chronos reinou durante um período de prosperidade, conhecido como a Idade Dourada, porém era ameaçado por uma profecia segundo a qual seria vencido por um dos seus filhos. Para que não se cumprisse este vaticínio, Réia, mulher de Cronos, entregava-lhe os seus filhos para que este os devorasse assim que nasciam. No entanto, Réia conseguiu salvar o seu filho Zeus. Este depois de crescer destronou o pai, expulsando-o do Olimpo e libertou todos os seus irmãos. Segundo a tradição clássica, Chronos simbolizava o tempo e por isso Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses."
Começo o post de hoje com este pequeno resumo do mito do Titã Chronos, que, como pudemos perceber, representa o tempo. O tempo...
Muita gente acredita que o tempo é o melhor dos remédios, nos afasta de nossas dores, cura as piores feridas... Até concordo em parte com tudo isso. Creio que o tempo nos faz bem, em determinadas situações... mas em outras ele pode ser maléfico, pois também age de forma a nos afastar das pessoas e lembranças que nos são caras... Por vezes, tento relembrar de rostos que outrora eu amava e me desespera perceber que aos poucos está se apagando...
O tempo já me pregou muitas peças... me arrependi muitas vezes por não ter aproveitado mais minutos ao lado de pessoas que perdi ao longo de meu caminho... E também nasci afastada cronologicamente de pessoas que queria ter ao meu lado e a idade - a diferença de idade - não nos permite... Enfim, muitas vezes brinco com o tal do tempo, deixando para última hora compromissos importantes, que supostamente eu teria "todo o tempo do mundo" para cumprir... Deve ser por isso que tenho meu castigo... Hoje vejo que o Titã Chronos liberto do Tártaro nos retirou a eternidade...
Tenho medo do tempo, medo de como ele pode agir em nossas vidas, de como ele pode nos jogar no esquecimento, nos afastar daqueles que tanto amamos... O próprio fato de não podermos retornar no tempo nos imobiliza diante dele. Saber que determinados momentos jamais poderão ser revividos, a não ser em nossas memórias...
O futuro sempre eterna dúvida e o passado preso nas flanelas de nossos sonhos... O presente? Ahhh, o presente... sempre aquela sensação de hora errada e lugar errado... Não era para estar aqui, não era para ser assim... e poderia ser tão diferente! Não fosse o tal do tempo agindo e nos fazendo ficar vazios de significados, para nós mesmos e para os outros...
Quem dera poder retornar, consertar erros, dizer o que precisava ser dito e agora é tarde demais... A eminência de uma doença faz a gente parar para pensar nessas coisas... a vida é curta demais para a espera... E amanhã pode ser tarde demais para podermos tentar consertar as coisas... Diga hoje o que tem para dizer para quem você ama, não deixe para amanhã, fique com ela (ele) agora porque o amanhã sempre será apenas uma possibilidade... Construa seu futuro agora, no presente, porque é incerto que ele realmente aconteça... É utópico pensar que quando nos considerarmos prontos aquela pessoa ainda estará lá, nos esperando... Tenha coragem para viver cada minuto agora, e intensamente, como se fosse o último, porque você, eu, jamais saberemos quando é que realmente será o último. E a morte, essa, sim, é a única coisa certa desta vida...
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