Sei que deve ser normal nos dias de hoje... Sei que as coisas estão difíceis e que as pessoas estão frias e individualistas... Mas venho hoje dizer uma coisa óbvia, em dias em que ainda é necessário reivindicar o óbvio... Ainda não viramos coisas. Sim, isso mesmo. Ainda somos pessoas, embora alguns mais humanos do que os outros. Sei que tem gente que não merece um mínimo de consideração, pessoas que perderam a humanidade - ou o que restava dela - ao longo do tempo. Mas quem somos nós para julgar isso? Penso que todo mundo é bom até que se prove o contrário, ou que a pessoa mesma o prove... Desta forma, se a pessoa te decepcionar, teoricamente, ela que irá colher os frutos ruins lá na frente. Você, que foi decepcionado, sofre agora, mas colhe bons frutos num futuro que algumas vezes parece mais distante do que você gostaria...
Sei que parece piegas e moralista demais, mas eu parto da máxima de não fazer para o outro o que você não gostaria que fizessem com você, tipo, ter empatia e se colocar no lugar do outro. Tempos difíceis os nossos em que tudo isso anda tão raro... Como acreditar na humanidade se nos decepcionamos com pelo menos 4 pessoas, a cada 5 que conhecemos... Que triste isso...
Temos sido descartáveis. É, mais ou menos isso, sim. Embora eu já tenha dito e tenha cada vez mais certeza de que aprendemos a viver sem as pessoas que um dia tanto amamos em nossas vidas, ninguém será totalmente substituível pelo simples fato de que somos únicos. Então, mesmo que não tenhamos razões para admitir, as pessoas sempre deixam algo delas conosco... E levam algo de nós com elas. É física quântica, questão de energia, sei lá... Seja a lembrança do olhar trocado, seja o cheiro, o abraço, o toque. Fica algo. Hoje fiquei me perguntando em que momento que perdemos a nossa capacidade de enxergar essas pequenas coisas no outro. Quando que perdemos a nossa capacidade de admirar as outras pessoas pelo que são...
Meus deuses, hoje fiquei abismada do quanto nos "coisificamos" uns aos outros... Sei bem que tenho sido uma amiga por vezes ausente, ando trabalhando demais e me privando de momentos juntos de meus amigos, pois tenho preferido ficar em casa e tenho primado pelo meu descanso nas horas de folga. Mas quem me conhece pelo menos um pouco sabe que, uma vez cultivada minha amizade, sempre que precisar de mim, estarei lá. Prezo muito meus companheiros de estrada. Muito mesmo. Mas me chateia a artificialidade e as situações forçadas. Apesar de nós, mulheres, já termos alcançado um patamar muito parecido com os homens em relação a direitos, ainda estamos longe de sermos respeitadas de fato. Mesmo que já tenhamos a capacidade de separar sexo de amor, meus queridos, como de fato sabemos fazer bem, não significa que estaremos disponíveis para vocês sempre que precisarem esvaziar os seus sacos e/ou aliviarem suas tensões. É abusivo e absurdo ter homens (homens?) que ainda enxergam as mulheres como meras fontes de prazer, nada além disso...
Se é apenas isso que querem, meus queridos, paguem por isso! Os jornais em circulação hoje em dia, estão cheios de anúncios de sexo fácil e bem barato. Sem complicação, sem enrolação, sem precisar de ligação no outro dia ou de algum tipo de consideração. Resolvidos os problemas de vocês a preços populares! Olhem bem. Coisa que não se tinha antigamente...
Mas, com mulher, mulher que tem história, que luta todo o dia sem precisar de um macho do lado, que cria filhos sozinha, que mata um leão por dia para conseguir um lugar ao sol, não rola de ter sexo instantâneo na hora em que você quiser. Vai ser na hora em que ela quiser, sempre! Fique bem atento a isso... E aborde-a como gostaria que abordassem a sua irmã, a sua filha, porque ali tem um ser humano e não uma coisa... E, apesar de ter muita gente que se conforma com o papel de mero objeto, em contrapartida ainda tem muita gente que gosta de ser tratada como gente. Tenha discernimento para diferenciá-las. Quem planta banana jamais colherá morangos... E, ao partir um coração hoje, amanhã, por mais que já tenha esquecido, haverá alguém para partir o seu. Mais certo quanto dois e dois são quatro. A lei do retorno funciona, você acreditando nela ou não...
Precisava desabafar antes de dormir... Foram muitas decepções em tão poucos meses, de pessoas que não esperava... Muitas promessas não cumpridas, muitos sonhos desfeitos antes mesmo de terem a remota possibilidade de se realizarem... E eu sigo acreditando, sigo sendo trouxa... Todo mundo é bom até que se prove o contrário, ou até que nos prove o contrário... A vida é assim mesmo... E seguirei plantando lágrimas para colher sorrisos... Mesmo que nem seja nesta vida ainda...
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