Antes de começar a escrever sobre você, eu já sabia qual seria o título... Cuidei ao escolher a fonte do texto... Minha fonte predileta é a "Georgia", eu escolhi a "Times" para falar de você, simplesmente porque soa como trabalho acadêmico ou coisa assim... O "negrito" e o "itálico" são para frisar a importância... Preciso falar de você para me livrar de seu fantasma, que me assombra desde o dia em que você me deixou... Vai ser só agora. Depois disso, cairás em esquecimento, como todos os outros antes de você.
Quando você sumiu, tentei justificar para mim mesma de diversas maneiras... Pensei, sinceramente, que você tivesse morrido. Ou que tivesse sido sequestrado, ou ainda, quem sabe, abduzido por extraterrestres... Inventei diversas, milhares, teorias da conspiração que explicassem o teu sumiço, qualquer coisa que tirasse a culpa dos meus ombros, que não me fizesse acreditar que, de alguma forma, a culpa fosse minha, pela minha força, pela minha auto suficiência, pela minha falta de fragilidade...
Mas, ontem de noite, quando eu voltava do trabalho, caiu a ficha. Pessoas mortas não bloqueiam a gente no Whats. Quando pessoas morrem e somos importantes para elas, somos sempre avisadas por alguém da família, ou algum amigo próximo. Então, concluo que você não morreu. Talvez teve medo, talvez... Talvez em algum momento pensou que não era isso...
Foi vertiginoso. Nos redescobrimos depois de anos nos falando como amigos... E nos apaixonamos como dois adolescentes. Não, peraí... Eu disse "nos"? Desculpe. Não. Eu me apaixonei. Depois de anos construindo novos muros dentro de mim. Depois de anos de relações meio vazias... Você derrubou as barreiras. Você em um mês conseguiu muito mais de mim do que muitos caras não conseguiram em anos. Eu tive medo e te falei do meu medo. Por experiência, sei que as coisas, quando começam rápidas demais, tem a tendência de terminarem também muito rápido. Fui tola... Como jamais poderia ter sido com a estrada que já percorri.
No começo, ainda esperei que você voltasse... Cada mensagem no celular eu pensava que pudesse ser você dando uma desculpa qualquer, afinal, essas tecnologias sempre nos abandonam quando mais precisamos delas. Todos os dias, quando chegava na escola em que trabalho, esperava ver teu carro lá na frente. Esperei em vão... Expectativas machucam mesmo por demais...
Mas, escrevo agora porque sei que você vai ler, já que me acompanha no blog, se é que realmente não morreu, coisa que acredito que não... Então, quero que você saiba que, apesar de você, no outro dia já tive que acordar cedo e continuar vivendo. Apesar de você, tive de buscar forças que nem sabia que tinha - e eu tinha e ainda tenho - para seguir em frente. Apesar de você, continuei sorrindo, pois tenho outras razões para isso. Apesar de você, sigo encontrando novos caminhos e possibilidades. E, finalmente, apesar de você, ainda acredito no amor e tenho valorizado cada pedacinho de mim. Porque sabe, pessoa, aquela máxima do Nietzsche que te falei uma vez, "tudo que não me mata, me fortalece", é isso. Essa sou eu. Estou mais forte depois que você se foi. E nem pense em voltar. Porque, apesar de toda a saudade de tudo o que não vivemos, dos planos que fizemos que jamais deixarão de ser utópicos, do lugar em minha cama que você nunca chegou a ocupar, sou muito mais eu agora! Apesar de ter te amado, saiba de uma coisa: amo muito mais a mim mesma. E, no fundo, no fundo, apesar de saber que com você eu poderia discutir política e filosofia quase de igual pra igual, eu sempre soube que era mulher demais para você. Então, fique onde está. Jamais pense em me procurar de novo, porque eu não só superei você, como te esqueci do jeito que você merece! Seja feliz porque gente feliz não incomoda! E, uma última coisa, depois que ler isso, que saberá que é para você, deixe de me seguir no blog e apague meu e-mail dos teus contatos, realmente não quero e nem espero mais por notícias tuas! Obrigada...
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