quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre Henry Miller, por Anaïs Nin


É o papel de Fred, inconscientemente, envenenar minha felicidade. Ele enfatiza as incongruências do amor de Henry. Eu não mereço um amor pela metade, diz ele. Mereço coisas extraordinárias. Mas o meio amor de Henry vale mais para mim do que todos os amores de mil homens.
Imaginei por um momento um mundo sem Henry. E jurei que no dia que perder Henry, eu matarei minha vulnerabilidade, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos, com a devassidão mais frenética. Depois de Henry não quero mais amor. Só foder, por um lado, e solidão e trabalho, por outro. Nada mais de mágoa.
Depois de não ver Henry por cinco dias por causa de mil obrigações, não pude suportar. Pedi a ele para se encontrar comigo durante uma hora entre dois compromissos. Conversamos por um momento, então fomos para um quarto do hotel mais próximo. Que necessidade profunda dele. Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas. Depois de uma hora com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam.
Um quarto de hotel, para mim, tem a implicação de voluptuosidade, furtiva, fugaz. Talvez o fato de não ver Henry tenha aumentado a minha fome. Eu me masturbo frequentemente, com luxúria, sem remorso ou repugnância. Pela primeira vez eu sei o que é comer. Ganhei dois quilos. Fico desesperadamente faminta, e a comida que como me dá um prazer duradouro. Nunca comi desta maneira profunda e carnal. Só tenho três desejos agora: comer, dormir e foder. Os cabarés me excitam. Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar-me em corpos, beber um Benedictine ardente. Belas mulheres e homens atraentes provocam desejos em mim. Quero dançar. Quero drogas. Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas. Nunca olho para rostos inocentes. Quero morder a vida e ser despedaçada por ela. Henry não me dá tudo isso. Eu despertei o seu amor. Maldito seja o seu amor. Ele sabe foder como ninguém, mas eu quero mais que isso.
Eu vou para o inferno, para o inferno, para o inferno.
Selvagem, selvagem, selvagem.


 
 Anais Nin
Qualquer semelhença com a realidade, a minha realidade, será mera coincidência!

Carina, 30/12/2010.

Por que as pessoas escrevem? por Anaïs Nin


Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso respondê-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos: o dos meus pais, o mundo da guerra, o da política. Tive de criar o meu, como se cria um determinado clima, um país, uma atmosfera onde eu pudesse respirar, dominar e me recriar a cada vez que a vida me destruísse. Esta é a razão de toda obra de arte.
Só o artista sabe que o mundo é uma criação subjetiva, que é preciso escolher, selecionar. A obra é a concretização, a encarnação do seu mundo interior. Ele espera impor sua visão pessoal, partilhá-la com os outros. Se não atinge esta última finalidade, o verdadeiro artista persiste assim mesmo. Os poucos momentos de comunhão com o mundo valem esse sofrimento, pois finalmente esse mundo foi criado para os outros como um legado, como um dom destinado a eles.
Também escrevemos para aprofundar o nosso conhecimento de vida. Para atrair, encantar e consolar. Escrevemos para acalentar nossos amantes. Para degustar em dobro a vida: no momento preciso e retrospectivamente, na sua lembrança. Escrevemos, como Proust, para tornar as coisas eternas e para nos convencermos de que elas o são. Para podermos transcender nossa vida e alcançarmos o que existe além dela. Escrevemos para aprender a falar com os outros, para testemunhar nossa viagem ao labirinto. Para abrir, expandir nosso mundo quando nos sentimos sufocados, oprimidos ou abandonados. Escrevemos como os pássaros cantam, como os primitivos dançam seus rituais. Se você não respira quando escreve, não grita, não canta, então não escreva porque sua literatura será inútil. Quando não escrevo, meu universo se reduz; sinto-me numa prisão. Perco minha chama, minhas cores. Escrever deve ser uma necessidade, como o mar precisa das tempestades – é a isto que eu chamo de respirar.


Anais Nin
Faço das palavras da poetiza, minhas palavras... Escrever liberta, expande nosso mundo de uma forma quase inexplicável, nos salva das angústias e das aflições. Escrever, seja lá sobre o que, amplia nossos conhecimentos, faz com que não nos sintamos tão pequenos diante da grandeza do universo. Eu escrevo porque escrever me dá asas, asas para ir além de mim mesma. Transcendo... Me sinto, finalmente, parte do todo... Liberta das amarras, dos grilhões e das feridas... Escrever me salva de mim mesma!

Carina, 30/12/2010.

Lilith, por Anaïs Nin

Lilith era sexualmente fria, e seu marido em parte o sabia, apesar das simulações dela… Eles estavam sentados ali, juntos, e ele a olhava com uma expressão de suave tolerância, a mesma que costumava manter diante das crises dela, crises de egotismo, de autocensura, de pânico. A todos os seus dramáticos comportamentos, ele respondia com inabalável bom humor e paciência. Ela sempre enfurecia-se sozinha, irritava-se sozinha, suportava sozinha suas intensas convulsões emocionais, das quais ele nunca participava. Possivelmente, tratava-se de um símbolo de tensão que não ocorria entre eles sexualmente. Ele recusava todos os seus primitivos e violentos desafios e hostilidades, recusava-se a entrar com ela nessa arena emocional e a reagir à sua necessidade de ciúmes, temores, conflitos.Talvez se ele tivesse aceitado seus desafios e jogado os jogos que ela gostava de jogar, talvez então ela poderia ter sentido sua presença com um impacto bem maior do que o meramente físico. Mas o marido de Lilith não conhecia os prelúdios do desejo sensual, não conhecia nenhum dos estimulantes que certas naturezas selvagens reclamam e, desse modo, em vez de responder-lhe tão logo visse seus cabelos se eriçarem, seu rosto mais vívido, seus olhos como duas tochas de fogo, seu corpo inquieto e impaciente como o de um cavalo que aguardasse o início da corrida, ele se refugiava atrás do muro da compreensão objetiva, dessa tranqüila e irritante atitude de aprovação com a qual as pessoas olham para um animal no zoológico e riem de suas momices, sem penetrar em seu estado interior.
Era isso que deixava Lilith num estado de isolamento – na verdade, como um animal selvagem em pleno deserto. Quando ela se enfurecia e sua temperatura subia, o marido simplesmente deixava de existir. Ele mais parecia uma branda divindade que a olhasse dos céus e aguardasse que sua fúria se exaurisse por si mesma.
Se ele, feito um animal igualmente primitivo, surgisse na outra extremidade desse deserto, encarando-a com a mesma tensão energética nos cabelos, na pele e nos olhos, se surgisse com o mesmo corpo selvagem, pisando fortemente e procurando um único pretexto para dar o bote, enlaçar-se furiosamente, sentir o calor e a força de seu oponente, então eles poderiam rolar juntos pelo chão e as mordidas poderiam tornar-se de outra espécie, e a luta se transformaria num abraço, e os puxões de cabelo fariam com que suas bocas, seus dentes e suas línguas se unissem.
E, devido à fúria, seus órgãos genitais se roçariam mutuamente, soltando faíscas, e os dois corpos sentiriam a necessidade de penetrar um no outro para pôr um fim nessa formidável tensão.


 Anais Nin

Mais de mim em Anaïs Nin... Uma personagem com o nome Lilith, muito sugestivo, até mesmo para ela... ela sabia exatamente do que estava falando... E eu descubro um pouco de mim em cada uma delas, como outrora acontecera com Sabina...

Carina, 30/12/2010.

Quantas vezes eu assassinei o amor?, Fabrício Carpinejar


O amor nunca morre de morte natural. Anaïs Nïn estava certa.
Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.
Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.
Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.
Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.
O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.
Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.
O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida.
O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada.
Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos.
No mínimo, merecia ser incriminado por omissão.
Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria.
Mato; não confesso e repito os rituais. Escondo o corpo dela em meu próprio corpo. Durmo suando frio e disfarço que foi um pesadelo. Desfaço as pistas e suspeitas assim que termino o relacionamento. Queimo o que fui. E recomeço, com a certeza de que não houve testemunhas.
Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.
Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.
O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.
O amor é sempre assassinado. Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela.


Fabrício Carpinejar

Este texto já esteve presente em minha vida por diversas vezes, em meu perfil, em meu fake, em meus diários... Intenso, provocativo, reflexivo... Como pode um autor conseguir expressar tão fielmente sentimentos que na maior parte das vezes, estão escondidos no fundo de nossas almas? A primeira vez que li, estava pesquisando sobre Anaïs Nin e encontrei esta página, que continha este texto. Carpinejar sempre será Carpinejar... Tem seu estilo próprio. E ninguém até hoje falou tanto de uma outra alma em tão poucas linhas. Sim, Anaïs Nin estava certa... Vinícius, Drummond, Miller também o estavam... O amor sempre surpreende... sempre irá nos pegar de surpresa, nunca estaremos prontos de fato para ele. Porque simplesmente ele morre quando menos esperamos, sendo nós mesmos os assassinos ou não. A dor que isso nos causa sempre será sem precedentes. Mas ele volta. Essa é a coisa mais certa desta vida. Tão certa quanto a morte.

Carina, 30/12/2010.

Um dia você aprende - William Shakespeare

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais..
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

William Shakespeare.

Este texto do Shakespeare realmente é inspirador... Já o li e reli em muitos momentos de minha vida e, em qualquer um deles, ele sempre disse algo a minha alma... É como se ensinasse um pouco sobre a arte de viver... Sim, porque viver e sobreviver às mais difíceis adversidades não deixa de ser uma arte. Quase sempre aprendo algo novo quando leio e espero que, da mesma forma com que ele toca a mim, também toque outras pessoas que tiverem a oportuinidade de fazer esta leitura. Enfim, que emocione, que toque, que mexa... mas que simplesmente ninguém possa ficar indiferente a estas palavras...

Carina, 30/12/2010.

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A convivência comigo...

Descrever-me não é tarefa fácil, ainda mais se tento fazê-lo eu mesma... Sou uma pessoa difícil de entender, o que torna a convivência comigo muitas vezes insuportável até para mim mesma...
Carrego todos os bens e os males, a caixa de Pandora foi pouco perto do que posso ser... Intensa... Não sei, simplesmente não sei, ser pela metade... Se estou feliz, contagio todos a minha volta com tal felicidade, sou capaz de iluminar quem está no Japão, tamanha proporção que toma a minha luz... Porém, se estou triste, o abismo, aquele abismo que me separa das outras pessoas toma conta do meu viver... A escuridão é absoluta... Minha luz se finda como se nunca mais pudesse acender-se de novo. Trágico... Inominável... Me debato e me destruo um pouco mais a cada dor sentida... Mas, tal e qual uma Fênix, ressurjo das cinzas que, muitas vezes, na maioria, eu diria, se fazem do fogo que eu mesma criei... Mais bela, mais forte e ainda mais intensa, como se isso fosse possível... (e sempre é!).
Se derramo minhas lágrimas, é porque a dor que sinto é grande demais para ser guardada... Se sorrio, também não é por motivos fúteis... Cuidado ao lidar comigo, mudo de humor com muita facilidade, principalmente se me sinto de alguma forma ameaçada... Posso estar feliz e suave pela manhã e à tarde ter minha Lilith desperta, com todos os tufões que carrega consigo. Por isso, acalente meu ser, não me deixe desconfiar, por um instante que seja, de sua lealdade, não quebre nunca minha confiança, pois ela jamais será retomada.
Não sei ser imparcial, julgo e aponto erros, mesmo sabendo que o mesmo dedo que aponto, também será disferido contra mim... Mas saiba que não tenho medo, sou sempre eu mesma, independente do que possam pensar de mim... Ainda assim, meu julgamento jamais será baseado no preconceito, minha alma é tão livre que não se permite atar-se a convenções sociais, sejam elas quais forem. Meu senso de justiça é que me guia quando chego a apontar algum erro. 
Esta autenticidade tem um preço bem alto e pago por ela sem pestanejar. Minha liberdade? Um tanto limitada, por condições que eu mesma coloquei em minha vida, mas, no entanto, não abro mão do que ainda me resta... Sinto dizer, mas, livre dos grilhões que por muito tempo me prenderam, esse pedaço de liberdade me é caro, não tem preço. Valorizo cada instante em que posso usufruir dela. Se quer me prender, então me solte!
Ousadia é meu sobrenome. Não tenho medo de ousar, estou sempre livre do receio das tentativas de controle que a sociedade insiste em ter sobre as pessoas. Cometo as maiores loucuras, sou movida por uma paixão incontrolável por todas as coisas que de certa forma aquecem meu coração.
Louca, insana, desvairada... Mas poucos conseguem me tirar do eixo da racionalidade. A solidão muitas vezes é minha escolhida, pois na maior parte do tempo sei que não sou compreendida, porque não sei buscar aprovação, não sei usar máscaras e meus limites muitas vezes são escassos.
A liberdade que peço é a mesma que dou, insisto em dar. Por isso, as pessoas muitas vezes podem pensar que não as amo, tamanho desprendimento que tenho, mas apenas ofereço a elas o que desejo, pois o amor demasiado pode sufocar, morrer por conta disso e tudo o que tento é mantê-lo vivo.
Gosto de cantar junto com a música, mesmo sabendo que não sou uma soprano (e não aceito críticas quanto a isso, elas sempre me chateiam), trilhas sonoras fazem parte de minha existência!
Não consigo assistir a comédias românticas sem chorar, coisa que algumas músicas, cheiros e sabores também podem despertar em mim sem avisos prévios. Lembranças me emocionam. Se chorar de repente, não se assuste, apenas me abrace e vou saber que você entendeu.
Tenho desejos indissolúveis, que vão desde um simples chocolate até estar com uma pessoa que não está mais em minha vida. Alguns tão fáceis de saciar, outros impossíveis. Mas, ainda assim, eles permeam meu ser tal qual a morte nos espreita.
Por falar em Morte, meu flerte com ela é constante. É bom que todos saibam. De uma maneira ou de outra, estou sempre desafiando, sempre olhando para o lado em que ela está. Isso me acalenta nos momentos de desespero. 
Sou muitas em uma só. Procurando uma definição científica, eu diria que meu transtorno não é bipolar, mas tri, quadripolar. Mas todas estas que me habitam estão prontas para viver cada pedacinho de vida intensamente. E não tente impedí-las, será em vão. Minha intensidade jamais permitirá que eu viva pela metade! 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ter alguém para chamar de seu, por Alex Murad.

De um tempo pra cá, tenho ouvido de muitas pessoas a confissão de que não acreditam mais no amor. Perderam a fé em relação ao sentimento mais bonito e inebriante que existe. Em razão de decepções do passado, nem esperam mais encontrar alguém especial para viver um relacionamento de amor e de cumplicidade. Entendem que final feliz só acontece em filmes. Eu fico comovido com tais depoimentos, mas, sobretudo, preocupado. Afinal, a pior decisão é se fechar em copas, e não deixar que ninguém mais se aproxime. Como é que essas pessoas serão felizes um dia, se blindam o coração, como se pudessem viver sem ele? Não dá para viver usando armadura, como se estivessem em plena guerra, no campo de batalha. Infelizmente, um número cada vez maior de pessoas - principalmente as mulheres - está vivendo na solidão, por ter feito um pacto de nunca mais viver a sua vida a dois. As pessoas que decidem se isolar, o fazem com o intuito de se defender, de se proteger de desilusões amorosas. É pena que não saibam que estão, com isso, cavando as suas próprias covas, pois não há vida sem amor. Qualquer pessoa é passível de um dia sofrer uma decepção amorosa e ter que amargar uma separação, pelos mais diversos motivos. Mas, ainda assim, não é bom para ninguém - que sonhe em ser em algum momento da vida plenamente feliz - que se feche para o amor. Mesmo com toda a vulnerabilidade característica de quem vive um relacionamento amoroso, vale a pena dividir a vida com alguém especial. É tão bom você estar na rua, no trabalho, estressado como nunca, num dia daqueles em que tudo parece dar errado, mas saber que quando a noite chegar você vai se encontrar com a pessoa que ama. Assim, tudo parece valer a pena, mesmo naqueles dias de “cão”. Ainda que assoberbado de atividades e cobranças do chefe, você trabalha com prazer e entusiasmo. Acorda cedo dando socos para o ar, afinal, não há motivos para ficar triste, se mais tarde você vai ouvir palavras doces da boca mais linda do mundo, e se sentir tocado pela alma com o olhar de cumplicidade que derrete seu coração. Não adianta ter um bom salário e o emprego dos sonhos se não há ninguém que o ame verdadeiramente para dividir tudo isso. A vida sem um grande amor não tem graça, tudo parece em preto e branco. Ninguém é “auto-suficiente”. Você não pode viver pela metade, sendo “quase” feliz. E não se deixe enganar. Eu sei que quando nós temos uma discussão com a pessoa que amamos saímos correndo no carro, com música alta e jurando que nunca mais queremos vê-la, e que isso não causará em nós dor alguma. Ledo engano. Não temos coração de papel. Em casa, o relógio para. Sentimos um nó na garganta e o coração batendo apertado no peito. As mãos parecem buscar o telefone para ouvir a voz da pessoa amada, como se estivéssemos implorando por um pouco de oxigênio para respirar. Não há nada como saber que logo mais o telefone vai tocar e que ela perguntará como foi o seu dia. Como é bom ter alguém que tem mais preocupação conosco do que nós mesmos, e ouvir sempre antes de dormir um sussurro de ‘boa noite’ que nos aquece a alma e que parece ter saído da boca de um anjo. Não adianta tentar lutar contra o seu coração. Não dá para dar murro em ponta de faca. A vida é muito curta para vivermos discutindo e em crise com quem amamos. Assim, ainda que esteja num momento de dúvida, não duvide nunca de que ter alguém para chamar de seu ainda é a melhor coisa do mundo.

Alex Murad

Lendo este texto, foi inevitável lembrar-me de todas as vezes em que sofri por amor e prometi para mim mesma que nunca mais me apaixonaria... Mas, enfim, é aquela coisa: não podemos e nem conseguiremos jamais mandar em nossos corações. Tomamos certos caminhos que pensamos que poderão evitar, por hora, que o amor invada novamente nossas vidas, pensamos que poderemos ficar fazendo o papel de "piriguetes" por tempo indeterminado, que está bom assim mesmo, ficando com um hoje e outro amanhã. Enganamos a nós mesmos(as)... Porque, assim, sem mais nem menos, um dia aparece aquela pessoa especial que consegue furar nosso bloqueio, que consegue se tornar única, fazer parte de nossas vidas, sem que a gente sequer possa explicar como e quando, exatamente, isso foi acontecer. Mas, quando percebemos, essa pessoa está lá, ocupando muitos lugares e você não consegue mais imaginar como viveu até então sem essa presença em sua vida e como poderá viver se algum dia tiver que voltar a viver sem ela. Separações são inevitáveis, a maioria das vezes por circunstâncias da vida, simplemente os caminhos se separam e não há nada que possa ser feito para evitar essa ocorrência. Sofremos, os espaços vazios que ficam parecem nos engolir a cada dia que passa e chegamos a pensar que não vamos sobreviver a essa perda.  Um dia, amanhecemos mais fortes e vemos que a vida continua... Tudo o que desejamos neste momento é não passarmos por isso novamente, uma blindagem seria o caminho, cobrirmos a cicatriz que ficou com concreto seria uma ótima alternativa. Mas, mesmo o concreto, também racha e estamos de novo à mercê de um coração burro, que não consegue escolher direito quando o assunto é amor. Queremos que seja pra vida toda, queremos que fique nas nossas vidas até envelhecermos juntos, mas a finitude de todas as coisas está à espreita. Tentamos não sofrer em vão. Porque o sofrimento é certo àqueles que amam. E será intenso. Mas, enfim, alguém aqui deseja viver pela metade? Eu, não.

Carina, 06/12/2010.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Posso Errar? Por Leila Ferreira

“Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, super-oleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxagüei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê? O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.”.

Leila Ferreira

Dispensa comentários posteriores... Eu só tenho a dizer que eu erro, e com muito orgulho! E vc? Aliás, comer cachorro-quente de vez em quando, brigadeiro de colher e chocolate, traz um bem-estar sem precedentes... Sem medo de engordar e ficar sem namorado... Ser (a)normal pode ser muito bom! Acreditem! Melhor, tentem, tenho certeza de que não irão se arrepender!

Carina, 03/12/2010

Coisas da Vida

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo,
já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo,
já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono,
já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos,
já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram,
já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou,
já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois,
já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava,
para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar,
já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,
outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns,
já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça,
apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz
para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro,

Hoje no escuro,"me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer,
já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas
para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo.
Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre
foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual,
porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras,
não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das idéias mais insanas,
dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!


(O último trecho integra uma poesia de Clarice Lispector, o restante, não sei dizer se ainda faz parte de sua obra ou não)

Lembro-me bem quando recebi um PowerPoint que continha este texto, passei umas duas horas copiando-o à mão para digitá-lo mais tarde em um arquivo do Word. Minha intencionalidade era colocá-lo em meu perfil do Orkut, tamanha empatia que senti ao lê-lo. Mas, eis que a pessoa que havia mandado tal e-mail para mim teve a ideia antes de mim e então tive que guardá-lo para mais tarde. Mas é incrível ver o quanto este texto tem de mim... Aliás, tem um pouco do cotidiano de cada um de nós ali. Enquanto o lia, vi passar em minha mente o filme de minha vida, os tantos amores, que sempre pensava que seriam os únicos e os últimos; as incontáveis decepções que tive com pessoas que me eram tão queridas e em quem acreditei... as vezes em que corri atrás do carro do meu pai para que ele não se fosse, os momentos em que chorei por minha mãe e ela não estava lá... Quanta coisa escrita ali que me remete diretamente ao que eu fui, ao que eu sou hoje, a minha história, o que me constituiu como pessoa... Por fim, no trecho da Clarice, a intensidade, a autenticidade, aquilo que sou, que sempre fui, minha natureza contestadora e indomável, fora de qualquer padrão pré-estabelecido, estou em algum lugar do mundo em que fico de fora de todo o resto... O abismo das convenções nos separa. Eu, de todo o resto. Assim mesmo, meio Lilith, sou diferente e ponto. E tem horas em que esta solidão não me afeta tanto, tem horas que é bom estar aqui neste lugar em que habito, e sou eu mesma, mesmo sabendo o preço que pago, que sempre paguei por isso. Lilith fora expulsa do paraíso, eu sou expulsa de onde?

Carina, 03/12/2010

O que nos leva a amar alguém???

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.
O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por uma conjunção estelar...
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem ou gosta do Caetano. Isso são só referências.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira como os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante.
Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia ao sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo.
Nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela, e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste.
Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.
Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e mesmo assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama esse cara?
Ah, o amor, essa raposa.
Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio, nem consulta no SPC.
Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares. Generosos têm às pencas. Bons motoristas, bons pais de família, ta assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é...!
Pense nisso.

(Autor desconhecido)

É, meus amigos, é isso mesmo... Com certeza já nos perguntamos isso incontáveis vezes. Terminamos o namoro, o casamento, a relação com um cara (ou uma menina) e ficamos nos perguntando, "mas, afinal, o que eu via nele(a) mesmo?". De repente, você começa a perceber que aquele(a) que era sua alma gêmea não tem nada, absolutamente nada, que chamasse a sua atenção. Mas então, por que meses, anos, décadas de devoção, de amor incondicional, de fidelidade? Nem eu sei explicar, mas essa é a magia do amor, acontece quando menos esperamos e vai embora sem mais nem por que. (Muitas vezes, a maioria, eu diria, a pessoa vai embora antes do amor ter acabado, faz parte do risco). Mas, assim, mesmo sem uma explicação racional, o amor segue acontecendo... Sorrateiro e voraz... Nos deixa com nossa inteligência seriamente comprometida e faz de nós cegos por opção, sim, pois nos recusamos a ver os defeitos que muitas vezes são apontados em nosso objeto de adoração. Seguimos sofrendo e nos perdendo... E é bom! É de fato a melhor coisa que a vida tem! Amar e ser amado... Saber que somos/fomos em algum momento desejados. Não tem preço! E que a superficialidade com que algumas pessoas insistem em viver nos dias de hoje não acabe nunca com ele, o amor segue sendo a coisa mais importante de nossas vidas. Regozijemo-nos com ele!

Carina, 03/12/2010.