sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A convivência comigo...

Descrever-me não é tarefa fácil, ainda mais se tento fazê-lo eu mesma... Sou uma pessoa difícil de entender, o que torna a convivência comigo muitas vezes insuportável até para mim mesma...
Carrego todos os bens e os males, a caixa de Pandora foi pouco perto do que posso ser... Intensa... Não sei, simplesmente não sei, ser pela metade... Se estou feliz, contagio todos a minha volta com tal felicidade, sou capaz de iluminar quem está no Japão, tamanha proporção que toma a minha luz... Porém, se estou triste, o abismo, aquele abismo que me separa das outras pessoas toma conta do meu viver... A escuridão é absoluta... Minha luz se finda como se nunca mais pudesse acender-se de novo. Trágico... Inominável... Me debato e me destruo um pouco mais a cada dor sentida... Mas, tal e qual uma Fênix, ressurjo das cinzas que, muitas vezes, na maioria, eu diria, se fazem do fogo que eu mesma criei... Mais bela, mais forte e ainda mais intensa, como se isso fosse possível... (e sempre é!).
Se derramo minhas lágrimas, é porque a dor que sinto é grande demais para ser guardada... Se sorrio, também não é por motivos fúteis... Cuidado ao lidar comigo, mudo de humor com muita facilidade, principalmente se me sinto de alguma forma ameaçada... Posso estar feliz e suave pela manhã e à tarde ter minha Lilith desperta, com todos os tufões que carrega consigo. Por isso, acalente meu ser, não me deixe desconfiar, por um instante que seja, de sua lealdade, não quebre nunca minha confiança, pois ela jamais será retomada.
Não sei ser imparcial, julgo e aponto erros, mesmo sabendo que o mesmo dedo que aponto, também será disferido contra mim... Mas saiba que não tenho medo, sou sempre eu mesma, independente do que possam pensar de mim... Ainda assim, meu julgamento jamais será baseado no preconceito, minha alma é tão livre que não se permite atar-se a convenções sociais, sejam elas quais forem. Meu senso de justiça é que me guia quando chego a apontar algum erro. 
Esta autenticidade tem um preço bem alto e pago por ela sem pestanejar. Minha liberdade? Um tanto limitada, por condições que eu mesma coloquei em minha vida, mas, no entanto, não abro mão do que ainda me resta... Sinto dizer, mas, livre dos grilhões que por muito tempo me prenderam, esse pedaço de liberdade me é caro, não tem preço. Valorizo cada instante em que posso usufruir dela. Se quer me prender, então me solte!
Ousadia é meu sobrenome. Não tenho medo de ousar, estou sempre livre do receio das tentativas de controle que a sociedade insiste em ter sobre as pessoas. Cometo as maiores loucuras, sou movida por uma paixão incontrolável por todas as coisas que de certa forma aquecem meu coração.
Louca, insana, desvairada... Mas poucos conseguem me tirar do eixo da racionalidade. A solidão muitas vezes é minha escolhida, pois na maior parte do tempo sei que não sou compreendida, porque não sei buscar aprovação, não sei usar máscaras e meus limites muitas vezes são escassos.
A liberdade que peço é a mesma que dou, insisto em dar. Por isso, as pessoas muitas vezes podem pensar que não as amo, tamanho desprendimento que tenho, mas apenas ofereço a elas o que desejo, pois o amor demasiado pode sufocar, morrer por conta disso e tudo o que tento é mantê-lo vivo.
Gosto de cantar junto com a música, mesmo sabendo que não sou uma soprano (e não aceito críticas quanto a isso, elas sempre me chateiam), trilhas sonoras fazem parte de minha existência!
Não consigo assistir a comédias românticas sem chorar, coisa que algumas músicas, cheiros e sabores também podem despertar em mim sem avisos prévios. Lembranças me emocionam. Se chorar de repente, não se assuste, apenas me abrace e vou saber que você entendeu.
Tenho desejos indissolúveis, que vão desde um simples chocolate até estar com uma pessoa que não está mais em minha vida. Alguns tão fáceis de saciar, outros impossíveis. Mas, ainda assim, eles permeam meu ser tal qual a morte nos espreita.
Por falar em Morte, meu flerte com ela é constante. É bom que todos saibam. De uma maneira ou de outra, estou sempre desafiando, sempre olhando para o lado em que ela está. Isso me acalenta nos momentos de desespero. 
Sou muitas em uma só. Procurando uma definição científica, eu diria que meu transtorno não é bipolar, mas tri, quadripolar. Mas todas estas que me habitam estão prontas para viver cada pedacinho de vida intensamente. E não tente impedí-las, será em vão. Minha intensidade jamais permitirá que eu viva pela metade! 

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