Sempre gostei de festa de aniversário, dos outros. Comemorar aniversário sempre é bom, quando é dos outros. Do meu, não gosto. Nunca gostei. Apesar do verão ser a estação do ano de que mais amo, ao mesmo tempo é uma época em que eu gostaria de sumir...
Sempre comento que, se pudesse, dormiria antes do Natal e acordaria só depois que tivesse acabado o Carnaval. Não precisaria de ceia, troca de presentes, brinde para comemorar a chegada de mais um ano que é sempre igual a todos os outros e nem ser parabenizada por ficar mais velha... Coisa mais grotesca...
Não sei se é porque sempre tive uma pontinha de inveja dos colegas que faziam festa na escola, que tinham parceria pra ir comemorar em algum lugar, enfim, que nunca, nunca mesmo, ficavam sozinhos nesta data.
Comigo, o contrário. Época em que ou eu estava na praia, ou meus amigos... Nunca tive grandes manifestações, nem mesmo quando me tornei uma balzaquiana. Talvez seja isso... Uma certa mágoa, um certo rancor, um certo vazio...
As Testemunhas de Jeová, me disseram uma vez, não comemoram seus aniversários porque a única menção a aniversário que faz a Bíblia é o de Herodes, que pediu de presente a cabeça de João Batista em uma bandeja. (Mt, 14: 1-11). Sei lá, sabe, de qualquer forma não me soa bem comemorar o envelhecimento de nossas células, o caminhar para a morte...
Não é por causa de João Batista, coitado... e acho que nem Jesus pediria que não comemorássemos o que quer que fosse, desde que não seja matando alguém, claro. Celebrar é bom. Mas temos outras coisas mais importantes, sem datas definidas... o dia que nossos filhos caminharam sozinhos, por exemplo... e entendamos o caminhar não apenas como o 1º passo, mas também como a conquista da autonomia e da independência.
Enfim, aniversário bom mesmo é quando é dos outros, dos nossos filhos, por exemplo, como hoje, só faço lembrar que há 11 anos atrás eu era uma hipopótoma louca de curiosidade de ver a carinha da pessoinha que eu carregava aqui dentro. Quanta coisa superada e conquistada em todos estes anos... Então, já não sinto tanto a proximidade do meu... vejo os anos passando através do crescimento deles, acho até que é mais bonito assim, deste jeito. E que venham os próximos, cheios de vida, porque é assim que tem que ser os aniversários!
Carina, 03/02/2011.
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