quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Chão reluzente

Lá, ao longe, a noite realça o brilho das luzes da cidade
Chão de estrelas
Cristais reluzentes
A ofuscarem o brilho da lua
Almas a vagarem
Pelas luzes e trevas da noite
Solidão...
A Magia se acabou
Escorregou por entre os dedos
Feito areia
Areia da ampulheta
A medir o tempo que perdemos
A nos mostrar o que já não somos mais
E jamais voltaremos a ser
Passado, presente, futuro...
Onde foi mesmo que nos perdemos?
Longo caminho
Que não tem tijolos de ouro
E nem arco-íris.
Mas percorrê-lo é sempre necessário
Peregrinação eterna
que transmuta
Ensina
Transcendemos o que somos
a cada lágrima derramada
Evolução...

Minha solidão me faz voltar a mim mesma... Suave desencanto que apaga aos poucos o brilho que antes era tão intenso...
Me perco em mim mesma, jamais pude encontrar o que sempre procurei: minha essência, meu centro. E assim, perdida, continuo a vagar pelo mundo sem encontrar um lugar que seja para mim, que possa me acolher... Por isso é que sinto essa estranha tristeza que se instala e me abate por semanas, meses... Não encontro lugar para mim neste mundo... Não, não sou melhor do que ninguém, e nem pior - embora, às vezes eu pense que talvez seja um pouco inferior - sou apenas diferente. Não sou compreendida, não sou interpretada do jeito que gostaria... Por isso que tenho tão poucos amigos, companheiros de estrada.
Sinto falta da minha luz, que está cada vez mais fraca, sinto saudades de quem eu era e jamais tornarei a ser... E mais: nem sei se realmente conheço quem eu sou agora...

Carina, data perdida no tempo, ônibus de volta da Unisinos, enquanto olhava as luzes da cidade ao longe...

"Eu nem sei porque me sinto assim, vem de repente um anjo triste perto de mim... É só hoje, isso passa..."

                                 Legião Urbana


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