Cinzas. Mas o quê, afinal, inflamou para que só restassem cinzas?! O que mais está fulgurando nesta cor tão pálida e sem vida, além do céu?! Penso que talvez seja a minha vida; é, minha vida perdeu a cor. Cubro minhas unhas de vermelho encarnado, numa tantativa desesperada de resgatar um pouco da cor que se foi... Em vão. Tomo o antidepressivo em vão. Me zango, luto contra mim mesma em vão. Me cubro de panos e enfeites em vão... Sei, dolorosamente, sei que nada mais faz diferença.
Carina, 21/02/2007, quarta-feira de Cinzas.
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