terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Humanidade

Faço da caneta uma arma. A única que tenho. Para lutar contra a desilusão, contra o desespero e contra a falta de sonhos.
A falsidade toma conta de tudo. Hipocrizia pura. Me dei conta de que meus ideais não estão também na universidade ou nesta merda de curso que estou fazendo. Decepção total. Minhas utopias ficaram todas para trás. Vou lá para aprender coisas que já sei e também para matar minhas esperanças aos poucos. Transformar o mundo em um lugar melhor vai ficando cada vez mais distante... Morreremos todos sufocados. Pelo aquecimento global. Pelo individualismo. Pela indiferença. Tanto faz.
Falta humanidade. Falta aprender, antes de tudo, a ser gente. falta gostar de gente para ensinar gente a ser mais gente. Falta plantar a semente dos sonhos. Não importa se serão realizáveis ou não, porque a vida vai nos ensinando o que está ao nosso alcance e o que não está. Mas a magia do sonho é o que impulsiona a vida. E os estamos perdendo: em nossas casas, nas escolas e nas universidades. Vamos nos acostumando com a falta de sonhos. Nos acostumando a ver, todos os dias, a morte deles pela tevê. E nos acostumamos também à ideia de que nada podemos fazer para mudar isso.
E assim, secos, vamos levando adiante nossas vidinhas medíocres. Vamos terminando esses cursos que não nos oferecem nada além de um diploma - um mísero pedaço de papel, não não nos dá a nossa humanidade e nem nos devolve nossos sonhos perdidos. Nos tornamos imbecis e nos damos uma auto importância por causa disto.

Carina, dia 31/03/2007.

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