quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Noites de Temporal

Em noite de temporal,
subo nas grades do vizinho.
Olho para os raios,
escuto os trovões,
me sinto livre,
me sinto bruxa...
A rua vazia,
o som do vento,
papéis voando pelo asfalto...
A solidão,
o medo
já não existem mais.
É tudo um,
no momento crucial.
O primeiro pingo da chuva,
que escorre pelo meu rosto,
é apenas o princípio
de muitos outros que virão...
Temporal maravilhoso,
raios brilantes
que cortam o céu.
Quero ficar aqui,
quero ver as ruas inundadas
pela água pura...
pela nuvem que se desfez.
Quero me tornar um
com esta noite linda...
Quero ser o raio,
o trovão,
a chuva...
Quero ser livre!
Adoro noites de temporal!

Carina, 06/09/96.

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